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Biden bloqueia acordo de US$ 14,9 bilhões com a Nippon Steel
O presidente Joe Biden interveio para bloquear o acordo de US$ 14,9 bilhões da Nippon Steel para comprar a U.S. Steel. O governo está dizendo que é sobre proteger a segurança nacional, mas essa ação gerou muito drama. Há reações, ameaças legais circulando e as pessoas estão começando a questionar o que realmente está impulsionando as decisões comerciais dos Estados Unidos. Vamos analisar e chegar à história real.
O cerne da questão é que a Nippon Steel, a maior siderúrgica do Japão, estava prestes a se fundir com a U.S. Steel, o que criaria a terceira maior siderúrgica do mundo. Depois de um ano de idas e vindas com o CFIUS, eles não conseguiram chegar a um acordo internamente, então acabou na mesa de Biden. E surpresa — ele disse não. O motivo oficial? "Preocupações com a segurança nacional". Mas sejamos realistas: colocar um rótulo de "questão de segurança" nisso parece mais uma cobertura para o nacionalismo econômico do que qualquer ameaça real.
Os executivos da U.S. Steel estão soando alarmes, dizendo que as fábricas podem fechar e os empregos podem desaparecer se o acordo fracassar. O sindicato United Steelworkers não está acreditando. Eles chamaram esses avisos de absurdos, argumentando que a U.S. Steel ainda é financeiramente forte o suficiente para resistir à tempestade.
Se você olhar para os livros da U.S. Steel, eles não gritam exatamente uma situação difícil. Sim, os lucros estão caindo há nove trimestres, mas esta não é uma empresa circulando pelo ralo. Então, esses avisos dramáticos são apenas uma maneira de assustar o público para apoiar o acordo?
Quanto ao sindicato, sua mensagem é simples: mantenha a U.S. Steel americana. Mas não vamos ignorar o lado prático de sua posição. Não se trata apenas de agitar a bandeira — trata-se de proteger seu próprio território. Lidar com uma empresa americana é muito mais fácil para eles do que tentar negociar com uma sede estrangeira do outro lado do mundo.
Próximo movimento da Nippon Steel
A Nippon Steel não está recuando. Eles estão considerando uma ação legal, alegando que a decisão de Biden foi ilegal. O plano? Desafiar o processo do CFIUS. Mas aqui está o problema: o CFIUS opera em grande parte no escuro, e especialistas jurídicos dizem que processos contra ele quase nunca têm sucesso.
Essa conversa sobre processos pode ser menos sobre realmente vencer e mais sobre ótica e alavancagem. Na melhor das hipóteses, a Nippon Steel pode forçar algumas divergências internas sobre o acordo a virem à tona. Na pior das hipóteses? Eles saem com uma taxa de rescisão de US$ 565 milhões e pouco mais para mostrar por isso.
O que vem a seguir para a U.S. Steel
Com esse acordo morto, a U.S. Steel precisa se reagrupar. A Cleveland-Cliffs, que fez um lance anterior (US$ 7,3 bilhões - duas vezes menos), pode entrar novamente em cena com uma oferta menor. Mas o valor de mercado da própria Cliffs caiu, então não está claro se eles têm fundos para fazer isso. Outro comprador em potencial? Nucor.
Também há rumores de que o governo dos EUA pode entrar em cena, fornecendo suporte à U.S. Steel como parte de um esforço para "salvar a indústria americana". Politicamente, isso seria um sucesso. Mas em termos de lidar com os desafios reais da U.S. Steel? Essa é uma questão totalmente diferente.
Relações EUA-Japão
Este veto não afeta apenas a indústria siderúrgica — é um golpe direto nos laços EUA-Japão. O Japão é o maior investidor estrangeiro na América e um aliado-chave contra a China. Da perspectiva de Tóquio, este movimento provavelmente parece uma traição, minando uma parceria que os EUA afirmam priorizar.
A especialista em comércio Wendy Cutler destacou que alienar o Japão contradiz o objetivo de fortalecer a competitividade contra a China. E com o retorno de Trump — um cara conhecido por lançar tarifas sobre aliados — o Japão pode estar se preparando para mais tensão.
O que realmente está acontecendo
- A desculpa da “segurança nacional” parece mais um escudo econômico para as indústrias nacionais.
- Tanto Biden quanto Trump estão mais focados em ganhar manchetes sobre “salvar empregos” do que consertar os problemas mais profundos que assolam a U.S. Steel.
- Transformar o Japão em dano colateral pode prejudicar as alianças dos EUA em um momento em que o trabalho em equipe contra a China é mais importante.
- As ameaças legais da Nippon Steel parecem mais um jogo de poder do que uma tentativa séria de anular a decisão.
Conclusão
O veto de Biden pode parecer bom para sindicatos e eleitores nacionalistas, mas levanta questões maiores: Qual é o plano real para o futuro da U.S. Steel? Como alienar o Japão ajuda nas metas de comércio ou segurança de longo prazo? E quando soluções reais tomarão o lugar de manchetes fáceis?